Mas ver-se (daí o espelho) nem sempre é o que acontece. De fato, é o que menos acontece. Eventos externos são tomados como ponto de partida para a construção do que achamos ser integrantes no Eu, égide de nossa essência como pessoa. Em um mundo do “ter”, “ser” já não é mais o objetivo do viver, que dirá olha-se e reconhecer-se como algo maior que o reflexo visto no espelho, desapercebidamente, todos os dias.
Alegria e tristeza são dois momentos que exemplificam a metáfora acima. A primeira nos dá a sensação de vitória, do ‘dever’ cumprido e a “certeza” de que algo bom está sendo feito de uma vida. Já a tristeza é a frustração de saber que apenas “ter” não nos faz “ser” nada, absolutamente nada.
Mas essa dicotomia Alegria/Tristeza acaba por cair nas trivialidades da busca cega por bem-estar. E apenas isso. Ciclos desse tipo vão e vêem, mas jamais você se encara no espelho e diz os quão irrelevantes e vis são seus atos diários. Vida frívola que também mantém a condição jungida de outrem, apenas por não conseguir dizer, de fato, quem és ao se encarar no espelho.
E como já me disse um grande amigo: “e pra Deus você tem tanto valor que valeu o sacrifício de uma vida. E isso é só uma entre as razões pra nos amarmos a nós mesmos e nos valorizarmos.” Se olhar no espelho, romper o ciclo da cegueira e entender o que é, realmente, ser feliz e perceber o que significa passar por momentos de luto e tristeza.
1 Comment:
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Olha, pelo seus textos, arrisco a dizer que está apto para tentar a seleção do PCL. ;)
É incrível mesmo como hj as pessoas tem vergonha de reconhecer seus momentos difíceis. E não são os momentos amargos que nos mobilizam a buscar os doces?
Vou tentar escrever algo agora.
Bom fds, Ju.