Jogo da forca: H I P O C __ __ __ __ __ !


Abre aspas.
Aluna com roupa curta provoca tumulto em universidade e vídeo cai na web
Vídeo mostra alunos xingando a garota na Uniban de São Bernardo.
Segundo a PM, ela foi à aula “com roupas inapropriadas”.
Fecha aspas.

O problema todo é a forma que isso repercute. De um lado os defensores da moral e bons costumes. Do outro, os que estão do lado do (já famigerado) direito a liberdade(s).

O primeiro grupo argumenta que existem regras sociais de conduta e etiqueta – entendida aqui como microéticas do dia-a-dia – que devem ser seguidas. Dessa forma, a aluna feriu esse código de conduta moral, causando “histeria nos outros alunos”, de acordo com a direção da faculdade (e ao que parece, não se manifestou ainda).

O segundo grupo defende a liberdade que cada um deve ter com o próprio corpo e isso não pode ser questionado, afinal, um dos direitos mais valorizados hoje em dia é o da liberdade.

O engraçado é ver como os argumentos transitam de um lado a outro. Pessoas que são contra o primeiro grupo dizem que eles estão errados, pois “o que é bonito é para se mostrar”. Ou ainda, essa faculdade é gerenciada por homossexuais, afinal, que mal tem uma “gostosa de vestido curto a passear pela universidade?”, como disseram alguns colegas da referida aluna.

Isso tudo só mostra a total falta de percepção das pessoas em relação a coisas simples, que deveriam estar na égide de toda discussão como essa: respeito, por exemplo. Veio à tona toda a homofobia, sexismo, falso-moralismo e hipocrisia dos que se aventuraram a discutir isso sem compreender que, na verdade, não estamos falando só do direito a usar essa ou aquela roupa. Vai além disso.

Quer dizer então que a principal razão para deixar a menina usar “vestido curto demais” é propiciar um deleite aos olhos dos meninos machistas e, também, servir de exemplo para aquelas que não se vestem assim?

Isto me lembrou um casal, vizinhos meus, que estavam esperando o primeiro filho. A futura mamãe dizia, aos risos do marido, que se o filho fosse homem, iria pegar todas. Mas se fosse menina, não iria dar pra ninguém.

Mas e ai, Boris, o que acha disso tudo?



1 Comment:

  1. ortegal said...
    Vim direto pra cá quando vi a notícia de que a aluna do vestido rosa foi expulsa da faculdade.
    Acredito que tal expulsão seja o referendo da discriminação que a aluna sofreu, não apenas na pessoa de Geisy Arruda, mas como ícone de qualquer mulher que se sinta livre para vestir o que der na cabeça.

    ...Eu não acreditaria se não tivesse tomado tamanhas proporções: 700 alunos!? Isso é um exército! Isso dá mais 20 salas de aula! É tão exagerado que fica difícil encontrar uma resposta que nos faça compreender o porquê de um exército inteiro, composto não de pessoas homogêneas, mas de mulheres, homens, faixa etária muito diversa, áreas de formação completamente diversificadas.... Todo mundo caçando a bruxa.

    Mas qualquer tentativa de explicação que não se valha da opressão contra a mulher está com certeza fora de cogitação.

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